O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, irá visitar o presidente dos EUA, Donald Trump, nesta terça-feira (4). Apesar do TPI (Tribunal Penal Internacional) ter emitido uma ordem de prisão contra o premiê israelense, ele não será preso durante a visita.
Mandado contra Netanyahu foi emitido pelo TPI em novembro de 2024. Ele é procurado por supostos crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos entre 8 de outubro de 2023 e 20 de maio de 2024.
Apesar disso, os EUA não irão prender o primeiro-ministro. O país não é um Estado integrante do Estatuto de Roma, que fundou o TPI. Apenas os 124 países que fazem parte do TPI são obrigados a cumprir seus mandados de prisão.
Desde o julgamento no TPI, EUA se mostraram "extremamente preocupados" com a ordem de prisão. "Estamos extremamente preocupados com a resolução do procurador de emitir ordens de detenção e com os preocupantes erros processuais que levaram a essa decisão. Os Estados Unidos foram claros ao afirmar que o TPI não tem jurisdição sobre este assunto", disse um porta-voz do Conselho Nacional de Segurança em 21 de novembro.
À época, Mike Waltz, que hoje é conselheiro de Segurança Nacional de Trump, disse no X que "o TPI não tem credibilidade e essas alegações foram refutadas pelo governo dos EUA". Ele também prometeu uma "resposta firme ao TPI e ao preconceito antissemita da ONU".
Congresso dos EUA tentou aprovar um projeto de lei que poderia retaliar o TPI pelo mandado de prisão contra Netanyahu. O projeto de lei previa sanção a qualquer estrangeiro que investigasse, prendesse, detivesse ou processasse cidadãos americanos, ou de um país aliado, inclusive Israel, que não fossem membros do tribunal.
Apesar de ter sido aprovado na Câmara dos Deputados, com 243 votos a favor e 140 contra, o projeto foi travado no Senado. 60 votos eram necessários para aprová-lo, mas apenas 54 senadores votaram a favor e 45 contra. Alguns senadores do partido democrata disseram que, apesar de se oporem ao TPI, o projeto de lei era mal elaborado e poderia prejudicar aliados dos EUA.
Visita está prevista para terça-feira (4). No convite da Casa Branca, Trump diz que está "ansioso para discutir como podemos trazer a paz para Israel e seus vizinhos, e os esforços para combater nossos adversários em comum".
Netanyahu e Trump abordarão questões como "a vitória contra o Hamas, o retorno de todos os reféns e luta contra o eixo iraniano em todas as suas dimensões", afirmou o premiê israelense antes de embarcar no avião. Reunião acontece em meio aos preparativos para o começo da segunda fase do cessar-fogo entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, que deve permitir a libertação dos últimos reféns, quase 50, vivos ou mortos, e o fim definitivo da guerra.
Nossas decisões e a coragem dos nossos soldados redesenharam o mapa. Mas acredito que, trabalhando em estreita colaboração com o presidente Trump, podemos redesenhá-lo ainda mais e para melhor
Benjamin Netanyahu
Trump sugeriu esta semana que o Egito e a Jordânia acolhessem os palestinos de Gaza, pelo menos em caráter temporário, para que "limpássemos toda aquela situação". Palestinos temem que sejam indefinidamente deslocados, como aconteceu em 1948 durante a formação do Estado de Israel. A expulsão dos árabes pelos judeus na época tem um nome: nakba, que significa catástrofe.
(Com AFP, Deutsche Welle e Reuters)
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.